quinta-feira, 22 de março de 2012

Um pouco além do Oito de Março

Como a minha infância se deu no início dos anos sessenta, pude conhecer um mundo bem diferente de nossos dias atuais e uma das maiores mudanças ocorridas nesse período que separa as duas épocas, foi na maneira da mulher viver e se comportar dentro da sociedade organizada.

Na minha infância as mulheres ainda lavavam roupas nos rios, algumas ainda usavam o velho pilão para beneficiar o arroz e o milho. Sua maior honraria era o elogio recebido por cuidar bem do marido, dos filhos e da casa. Elas não tinham vontade própria e qualquer aspiração além das obrigações domésticas, passavam antes pela aprovação dos pais ou dos maridos. Expressões como, “isso não é coisa de mulher” ou “lugar de mulher é na cozinha”, eram muito comuns naquela época de domínio masculino.
Os anos setenta trouxeram mudanças muito radicais no comportamento da mulher, as feministas foram às ruas e num gesto simbólico e mundialmente famoso, jogaram fora o sutiã, demarcando assim o início de uma liberdade que se alastrou pelo universo feminino. Elas foram, em busca de outros projetos, além do casamento, foram para as fábricas nas linhas de produção, invadiram as universidades e deixaram definitivamente os limites da “Escola Normal”, que lhes dava o maior galardão possível, ser professora.

A mulher hoje está na política, no judiciário, na administração das grandes empresas e demonstra ter capacidade para exercer qualquer função dentro da sociedade pós-moderna. Ela que há pouco mais de trinta anos era “crucificada” por se tornar mãe solteira, hoje cria filhos sozinha e muitas vezes é a principal provedora do lar.
Por ter me criado em uma família grande, com seis irmãs, tive a oportunidade de conhecer muito da alma feminina e de seus anseios, por isso me alegro imensamente com o grande avanço que a mulher obteve em todos os setores da vida, mas é necessário que se faça algumas observações relativas a essas mudanças. Jamais devemos encarar as conquistas da mulher como ocupação de espaços masculinos na sociedade, mas sim como a simples chegada dela, a lugares e espaços que sempre mereceu ocupar. Isso requer de nós homens, aceitação das mudanças e respeito por essa nova mulher que divide conosco agora, tarefas e direitos, que sempre foram tipicamente masculinos. Precisamos também ajudar a mulher nesse novo universo, pois se ela agora também participa na sustentabilidade física e econômica do lar, nós teremos que participar também das atividades denominadas domésticas e na criação e educação dos filhos para manter viva a instituição do casamento. Afinal, a participação do casal nessa relação precisa ser toda revista.

Teremos que encontrar um equilíbrio na divisão dos diretos e deveres dentro do relacionamento conjugal ou qualquer outro tipo de relação entre os dois sexos. A mulher deve ser feminista sim, sempre lutando por seus direitos, conquistando seu espaço e o respeito de toda sociedade, mas nunca deixar de ser feminina, pois essa sim é a maior qualidade da mulher, é o que a torna tão especial. Ela encanta quando consegue ser forte e delicada ao mesmo tempo, quando consegue dirigir um caminhão sem perder a sua graça. Para concorrer com o homem não precisa ser seu inimigo, é possível sim, ser feminista e feminina ao mesmo tempo. É necessário que ela por si só saiba estabelecer limites para sua liberdade, já que essa é uma novidade para ela e será necessário aprender a conviver com isso.
O famoso compositor Tom Zé disse certa vez que: “nós homens temos que pedir desculpas às mulheres pelos próximos dois mil anos, pelos males que fizemos a elas” Isso deixa claro que precisamos rever nossos conceitos e nossa maneira de ver a mulher que divide esse mundo conosco. Para que nossa reverência a elas não fique limitada apenas a breves felicitações no dia oito de março, o dia da mulher, basta lembrar que nossa origem se deu no ventre de uma delas.







Texto de Sebastião Faustino Ventura (http://sebastiantaion.blogspot.com.br/)
Imagens: Cartazes confeccionados pelo alunos do Colégio Estadual do Campo Gabriel Scipione sobre mulheres consideradas importantes. Ivailândia, 2012.

segunda-feira, 5 de março de 2012

O humor de Veríssimo


O livro Todas as histórias do analista de Bagé foi publicado em 2002 pela Lis gráfica e editora, editado na editora Objetiva e escrito por Luis Fernando Verissimo o qual tem 76 anos, natural de Porto Alegre de onde observa a vida brasileira com um olhar curioso e sensível.
Veríssimo é autor de vários outros livros como: A Mesa Voadora, Comédia para se ler na Escola e Sexo na Cabeça.
Todas as histórias do analista de Bagé conta sobre o seus atendimentos de psicanálise e aborda o assunto com muito humor. Como um bom sotaque gaúcho divulga sua origem colocando nas suas crônicas palavras como: bá, Buenas, Bagual, tchê, Oigatê, índio velho e etc.
Em todas suas crônicas são abordados temas onde ele analiza seus pacientes, sempre procurando entender o que os leva a estar lá. Muitas vezes por frescura outras por coisas banais, onde esses motivos nos transmitem humor, levando-nos entender as histórias de maneira engraçada.
Em algumas vezes ele mesmo se auto analisa para entender a si mesmo para depois entender seus pacientes.
O mais legal de ler suas crônicas é que todos seus pacientes pensam sair curados mesmo que apenas era algo de sua cabeça e com algumas palavras os deixam melhor.
Verissimo tem o poder de nos prender ao livro e despertar o desejo de ler sempre mais.





(Daniele Bervald - Aluna do 3º ano "A" do Colégio Estadual do Campo Gabriel Segundo Scipione. Ivailândia.2012)

A comida vista com um olhar diferente



A mesa voadora é uma obra de luís Fernando Verissimo, um escritor gaúcho, muito respeitado em todo o país. Nascido em Porto Alegre (26 de setembro de 1936) não é somente escritor de crônicas, mas também de textos de humor, cartunista, tradutor, roteirista de televisão, romancista e músico. Seu pai também era escritor, e Verissimo herdou dele o grande talento de escrever.
Suas obras não são encontradas somente em livros, são uma incrível diversidade, foram inclusive adaptadas para o cinema, teatro, televisão, quadrinhos entre outros. Essa diversidade é muito importante para sua carreira, pois nem todo mundo adora ler, mas as vezes tem curiosidade de conhecer suas obras através de um filme ou peça de teatro, assim, podem também curtir as belíssimas obras desse grande autor.
A mesa voadora foi a terceira obra que Veríssimo publicou. Fala principalmente em comida e suas experiências vividas, viagens, mais nunca fugindo deste tema principal, a comida em geral, seja ela doce ou salgada, desde a mais cara à mais barata. Muito bem humorada, A mesa voadora ,na maioria de suas crônicas, se passam em Paris, desde restaurantes sofisticados chegando até a falar de pequenos bares.
E por falar em restaurantes se há algo que Verissimo não gosta de maneira alguma, são os garçons e maítres que na maioria dos restaurantes fingem que não ouvem ninguém, os chama de completos surdos, e quanto mais você tenta chamar a atenção dele, aí que eles não te escutam e nem te veem mesmo.
Verissimo fala do cotidiano de uma forma atual, e de uma maneira pra lá de engraçada, certas situações que às vezes passamos mas nem paramos para pensar o quão divertidas são. Ele dá muita ênfase em pequenos detalhes, que é onde está a graça. No final de algumas crônicas registra uma grande criatividade. E por falar em fim, muitas das crônicas de Verissimo têm um final inesperado ou impensável que o leitor nem mesmo poderia imaginar.


(Francieli Fabiana Vieira Pinto, aluna do 3º ano "A" do Colégio Estadual do Campo Gabriel Segundo Scipione. Ivailândia. 2012)

sábado, 3 de março de 2012

As melhores


O livro “50 crônicas escolhidas” de Rubens Braga foi publicado no ano de 1935 pela editora Marketing Direito do grupo Editorial Record.
Braga nasceu em Cachoeira do Itapemirim, no Espírito Santo em 1913. Fez jornalismo e foi considerado por muitos o maior cronista brasileiro desde Machado de Assis.
A obra “50 crônicas escolhidas” fala sobre vários assuntos interessantes. Cada história conta um caso diferente: meninos, bola, telefone, pássaros, jornais, amantes e vários outros assuntos.
Gostei muito de assuntos como a amizade de Deus. Também tem temas ruins como pessoas que gostavam de trair o parceiro e ações do diabo.
Esse livro,ainda, tem crônicas difíceis de entender com palavras que não usamos no nosso dia a dia e histórias malucas que eu, particularmente, nunca tinha ouvido.
As “50 crônicas escolhidas” são interessantes, me chamaram muita a atenção mas a minha preferida foi a de um grupo de amigos que gostava de jogar bola, mas tinha umas meninas que moravam ali perto, chamadas “as Teixeiras” que sempre implicavam com eles porque não podiam jogar ali por uma hora. Eles iam acabar quebrando a vidraça da casa delas, até que um dia, pegaram a bola deles e a escondeu.Depois, falaram que iriam devolver só se eles prometessem não jogar por ali. Então, eles prometeram e começaram a jogar em um campo que tinha do lado da casa deles. Assim, os meninos e as Teixeira pararam de implicar um com o outro.
Para o autor, não importa o que aconteça, as crônicas sempre têm humor mesmo sendo de romance sempre tem um fato engraçado no final proporcionando alegria a nós leitores.


(Sabrina Dos Santos - Aluna do 3º ano ‘A’ do Colégio Estadual do Campo Gabriel Segundo Scipione. Ivailândia.2012)

Comer é essencial


Luís Fernando Veríssimo nasceu em 26 de setembro de 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do sul. Hoje ele com 77 anos é um dos autores mais respeitados do país,suas obras são adaptadas para cinema, teatro, televisão e quadrinhos.
A obra “Mesa voadora” é o terceiro livro da série Veríssimo e foi publicada no ano 2001 pela editora Objetiva.
O assunto principal do livro é comida, e, conta diversas experiências vividas pelo autor como viagens que em várias partes do mundo. São muitas histórias engraçadas,mas sem fugir do assunto principal: a comida.
Definitivamente o autor não gosta de garçons. Onde ele passa diversas situações constrangedoras.
Suas crônicas, inclusive em Mesa Voadora, têm um toque de humor, onde o autor enfrenta diversas situações com amigos, nas horas das refeições.
Veríssimo comprovou que existem comidas para todos os paladares e para todos os bolsos, desde as mais caras como ostras em restaurantes chiques em Paris e mais baratas como pastéis na beira da estrada. Diz que todos os garçons são os mesmos e muitas vezes ignoram sua atenção independente do lugar.
Para o Luís Fernando Veríssimo, comemos de tudo, não importa o quê nem onde, o mais importante é comer bem.

(Rhuan Carlos Da Silva -Aluno do 3 ano ‘A’ do Colégio Estadual do Campo Gabriel Segundo Scipione- Ivailândia-PR.2012)

sexta-feira, 2 de março de 2012

PARECE LOUCO

O DIA COMEÇOU BEM CEDO PARA ZÉ. ELE MORA SOMENTE COM SEU CÃO, RUFOS. E POR SE SENTIR FALTA DE CONVERSAR COM UM AMIGO, ZÉ CONVERSA COM RUFOS, QUE ACABA SENDO SEMPRE COM QUEM DESABAFA.
LOGO CEDO, RECEBE UMA LIGAÇÃO, É SUA NAMORADA.
-ZÉ?
-SIM, DIGA MEU AMOR.
-PRECISO TE DIZER ALGO.
-O QUE?
-É QUE É MEIO COMPLICADO FALAR, ASSIM POR TELEFONE... TÁ LÁ VAI... EU NÃO TE AMO MAIS. POR ISSO ESTÁ TUDO ACABADO ENTRE NÓS E NÃO ME PROCURE, POIS JÁ ESTOU COM O MARCOS.
-MAS ... EU NÃO TÔ ENTENDENDO... O QUE FIZ?
ENTÃO, ELA DESLIGA.
ZÉ AGONIADO DESABAFA COM SEU CÃO. MAS HÁ UMA VIZINHA NOVA NO BAIRRO, MUITO CURIOSA E FOFOQUEIRA QUE AO PASSAR NA RUA O VÊ FALANDO SOZINHO E FICA OBSERVANDO TUDO, DE LONGE.
NÃO CONFORMADO, ZÉ COMEÇA A QUEBRAR TUDO E CONTINUA A FALAR COM O CÃO.
A VIZINHA SEM ENTENDER O QUE SE PASSAVA, TELEFONA PARA A POLÍCIA, QUE VEM DEPRESSA.
-O QUE HÁ SENHORA, ESTAVA TÃO AFLITA AO TELEFONE! -DISSE O POLICIAL.
-O VIZINHO AÍ DA FRENTE, PRENDA ELE. ESTE LOUCO... ALÉM DE QUEBRAR TUDO, FALA SOZINHO.
O POLICIAL FICA ENTÃO ATRÁS DA PORTA ESCUTANDO...
-POR QUE FEZ ISSO COMIGO? EU TE AMO TANTO... E VOCÊ DIZ QUE NÃO ME AMA MAIS, EU FAZIA TUDO POR VOCÊ. E O QUE FEZ COMIGO NÃO FOI...
O CACHORRO LATE, E ZÉ E INTERROMPIDO PELO POLICIAL QUE ENTRA SEM ENTENDER NADA E VÊ ZÉ EM PÉ, APONTANDO O DEDO PARA O CÃO E TERMINANDO DE DIZER QUE A AMAVA MUITO.
SEM GRAÇA, O POLICIAL PEDE DESCULPAS E SAI.
AO VER O POLICIAL SAINDO A SENHORA PERGUNTA:
-POLICIAL, O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
-E SÓ UMA BRIGUINHA, NORMAL.
-MAS COMO NORMAL?
-AH! SABE... DE CASAL.
-MAS QUE CASAL? ... QUEM?
-SABE, É QUE ELES SÃO MEIO DIFERENTES! - RESPONDE O POLICIAL, QUE VAI EMBORA RINDO E DEIXA A SENHORA SOZINHA, QUE FICOU SEM ENTENDER NADA.

O Encontro




Em uma tarde muito bonita dois jovens se encontram na praça.
- Boa tarde!
- Boa tarde, moça!
- Como você está?
- Eu estou bem! Só um pouco cansado. E, você ?
- Tô legal!
- Que legal!
Eles ficam conversando e um vai se interessando pelo outro sem sabe ao menos o nome um do outro.
- Você é de onde?
- Eu sou de Maringá. Vim passar as férias aqui em Beltrão. E você?
- Sou daqui. Moro ali perto da Praça das Mães.
- HUM! Que legal. Nei sei seu nome!
- Mariana e o seu?
- Rafael.
- Nome bonito. Quando você vai embora, Rafael ?
- Acho que só semana que vem, Mariana.
- Gostei muito de você, queria te conhecer melhor.
- Eu também gostei de você.
- Mas tenho que saber uma coisa, Rafael.
- O que?
- Você tem namorada?
- Não. E você ?
- Também não.
- Então Mariana, podemos nos encontrar hoje ?
Ela ficou meia desconfia dele pensando que ele não estivesse mentindo. Mas ela pensou bem:
- Podemos sim.
- Na onde Mariana ?
- Ah! Pra mim em qualquer lugar pode ser aqui no mesmo lugar às nove horas, Rafael.
- Esta bem, vou estar aqui.
- Agora vou embora, até mais tarde.
- Até!
Mariana se arrumou para o encontro mas ficou muito desconfiada de Rafael, porque ela viu uma marca de aliança no dedo dele e ele falou que não tinha namorada. Mesmo assim foi até a praça e Rafael já estava lá à sua espera.
- Oie Rafael.
- Oi!
-Olha Rafael preciso falar com você seriamente. Você me disse que não tinha namorada mas eu estou vendo desde a hora que nos conhecemos que você tem uma marca de aliança no dedo. Você tem namorada Rafael, pode falar?
-Ai! Vou falar a verdade para você, ta! Eu tenho namorada sim e faz 1 ano que estou com ela.
-E como você me fala que não tem namorada quando te perguntei de tarde?
-É porque gostei muito de você e queria muito te conhecer direito.
-Mas porque você não me falou isso a hora que te perguntei, Rafael?
- Achei que você não iria querer me voltar sabendo que tinha namorado.
-Não mesmo! Não consigo fica com uma pessoa que tem namorado. Desculpa-me Rafael, foi um prazer te conhecer mas não dá pra continuar essa conversa.
- Tudo bem! Te entendo, não dá nada não. Eu quem errei. Me desculpa e até um dia, Mariana.
- Até, Rafael.
Eles deram um beijo no rosto se despediram e cada um foi para seu canto.




(Sabrina Dos Santos - Aluna do 3º ano ‘A’ do Colégio Estadual do Campo Gabriel Segundo Scipione. Ivailândia.2012)